CURSOS NA UMBANDA
- Marcos Adriano Vargas
- 13 de fev. de 2019
- 3 min de leitura
Alguns Umbandistas são contrários à realização de cursos nos Templos da religião, sob os mais variados argumentos e fundamentos.
Neste artigo, o sacerdote dirigente do TEUA lista o porquê dos cursos serem necessários.
Confira:
1) Vivemos o momento da mediunidade semiconsciente e consciente. Com isso queremos dizer que há muito tempo os médiuns encarnantes não trazem mais em seu corpo espiritual a "mediunidade inconsciente", ou seja, aquela em que os Guias fazem todo o trabalho e o médium fica alheio a tudo. Segundo o nosso entendimento é necessário que ele estude sistematicamente não só para aprimorar o seu conhecimento, mas também para poder falar da religião com propriedade e não depender dos seus Guias para poder fazer algo simples em benefício de quem lhe procurar. Sendo assim, um estudo teórico e prático no formato de "curso" (na falta de outro nome) é importante para o crescimento da religião;
2) Os cursos podem ser cobrados? Depende de cada terreiro! Se o sacerdote possui condições de manter o funcionamento do Templo com recursos próprios, poderá ministrar cursos de forma gratuita. Em nossa caminhada sacerdotal vimos que quase nunca isso é possível e o dirigente precisa usar do seu dinheiro para que os trabalhos continuem se realizando. E ele faz isso com amor, pois sabe da importância da sua missão em benefício dos irmão encarnados e desencarnados. Quem não consegue dispõe da colaboração dos médiuns (mensalidades) e a cobrança de cursos a fim de complementar o necessário para a manutenção do terreiro. Isso não é vedado pela espiritualidade, pois o que não é indicado é a cobrança dos trabalhos espirituais (atendimentos). Precisamos considerar, também, que os dirigentes dos terreiros dedicam boa parte das suas vidas e do convívio com a família estudando e se preparando para poder bem administrar um Templo e se preparar para as atividades. Compra MUITOS livros, passa horas lendo-os, compilando, refletindo, resumindo, esquematizando para facilitar a vida de quem não desejam ou não podem fazer isso. Assim sendo, considerarmos lícita a cobrança pelos cursos desde o valor seja fixado com bom senso;
3) Mas se o Guia sabe tudo, porque o médium deve estudar? Sim, o GUIA sabe tudo, o médium não! Na prática percebemos que muitos médiuns não oportunizam as condições ideais para o Caboclo trabalhar por falta de conhecimento sobre o uso de ervas, das Linhas de Trabalho, dos Orixás, oferendas, etc, "sub-aproveitando" assim a capacidades dos seus Guias. São eles mesmos que nos estimulam o tempo todo a estudar os Mistérios da Ciência Divina para facilitar a conexão e o trabalho realizado "a quatro mãos";
4) O estudo é obrigatório? Nada na Umbanda é obrigatório, nem mesmo estudar. Com o tempo o médium passará a ter muitas dificuldades na sua prática mediúnica e começará a recorrer a conhecimentos do "mestre Google" e de fontes não confiáveis. Por orgulho, deixa de questionar o seu sacerdote e começa a se negativar e realizar práticas incorretas, abrindo o caminho para a atuação de espíritos negativos ou negativados que começarão a atuá-lo;
5) Porque, afinal, o médium deve estudar? Evolução e conhecimento, essas são as palavras que em nossa opinião definem a importância do estudo. Nada do que conquistamos na matéria irá compor o nosso "acervo" por ocasião do desencarne, EXCETO o bem que fizemos e o conhecimento que acumulamos.
Médiuns, conscientizem-se que vocês são as forças vivas da Umbanda e, junto dos espíritos luminosos que trabalham em prol da humanidade, formam o exército de Oxalá. E, por isso, é necessário fazer BEM FEITO. FAZER BEM FEITO É FAZER O MÍNIMO, QUE É ESTUDAR !
Por Marcos Adriano Vargas Sacerdote de Umbanda e Dirigente Espiritual do Templo Escola de Umbanda Aranauam (TEUA).

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